domingo, 18 de julho de 2010

cariocas nascem bambas

foi o primeiro amor, agora eu sei, mas esteve contido sobre o manto da amizade e dos gestos inocentes; um dia, depois de quatorze anos (vivo sem pressa) a paixão não se controlou, invadiu e atormentou e dominou, e era só o que eu queria. lembro da danuza leão, numa crônica sobre a paixão de marta suplicy e seu franco-argentino, "eu não sei como essa mulher pode estar apaixonada e ainda governar, pois a paixão não deixa a gente querer mais nada além do ser amado"-verdade!não havia fome, não havia sede, não havia nada: tudo ali me bastava!e tudo ali era consumido, todos os minutos voltados para nós dois, ah, coisa boa, sem controle, sem medida, sem futuro, pois o vai-e-vem das ondas do mar o levavam para longe, aonde eu não estava.mas era tão bom ser acordada do além em pleno domingo, num esforço incontido para conciliar os fusos. era amor, sim, de lá e de cá. e como todo amor, desses que nos fazem sonhar, acabou. não sem antes escandalizar a nossa senhora de copacabana num beijo surreal, aliás, vários beijos, que mereceram a gritaria dos passantes. ah, o amor, a paixão incontida, o que ela faz? calcanhoto disse "no dia que fui mais feliz eu vi um avião" - eu vi um navio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário